quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

SALA DO PARTO


Olá amigos! Estou nestes dias animado e um pouco eufórico, afinal o CD está na fábrica. É como se eu estive do lado de fora da sala do parto, só aguardando o médico chamar pra dentro pra ver o bebê nascer.

Enquanto estou na sala de espera fico imaginando qual a “carinha” dele. Aliás, a “carinha” – capa – dele é essa que ilustra a postagem. Mas quando digo “carinha” falo do caráter dele, do futuro que o aguarda. E tenho a certeza de que por ser fruto da união de homens e mulheres de Deus com o próprio criador de todas as coisas, vai ser uma benção.

Minha esperança é que ele cresça e vá longe, chegue em lugares inesperados, inusitados. Que faça com que a luz do evangelho seja vista pelos incrédulos, que edifique, anime, renove, cure, restaure e divirta, cristãos e os que um dia serão.

Que abra uma porta nos céus de quem o ouve, que avive seus corações. Que seja a fé que encoraje a tocar na orla do manto santo, que seja a ponte que ligue novamente pessoas e ministérios. Enfim, que a soma de tudo que ele vai gerar em sua existência retribua à Deus toda glória e toda honra.

Enquanto espero as próximas uma ou duas semanas para te-lô nos braços, eu peço a você, ore por este cd, por este ministério. Esse é o leite que precisamos pro menino crescer e se fortalecer.

Até a próxima,

Alessandro

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A BOA ROTINA DE NOÉ


Percebo que a rotina é algo que parece incomodar a maioria das pessoas, algo que traz desconforto a muitos indivíduos como se fosse o pior dos dissabores. Grande parte das pessoas com as quais convivo e partilho experiências, já deu demonstrações de insatisfação por viver um roteiro, pelo enfado que ele gera.

Dicionários constatam que a rotina é o "caminho percorrido e conhecido, em geral trilhado maquinalmente" ou "seqüência de atos ou procedimentos que se observa pela força do hábito" ou ainda "uso, prática, norma geral de procedimentos".

O apóstolo Paulo elucida com muita propriedade o fato de que somos trabalhadores de Deus (I Coríntios 3:9). A rotina do trabalho cristão gera uma linha tênue entre benção e maldição. Trabalhar na 'grande comissão' é uma preciosa e divina dádiva. Contudo, somos advertidos que o trabalho é árduo (II Coríntios 11:27), e quando isso se choca com a ideologia de que nossa felicidade precisa estar acima de qualquer propósito, um transtorno é gerado em nossa alma.

Se não deixarmos nossa mente ser renovada conforme o apóstolo Paulo nos exorta (Romanos 12:2) podemos sentir o amargo sabor do desgosto e desistirmos. A rotina da fé leva à salvação. A rotina da carne leva à morte. Há uma lição que pode ser extraída da vida de Noé, revelada desde seu nascimento, que demonstra que a rotina do trabalho cristão é boa desde que a administremos com sabedoria.

O livro mosaico de Gênesis nos fornece a seguinte narrativa; "E viveu Lameque cento e oitenta e dois anos, e gerou um filho. A quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos por causa da terra que o Senhor amaldiçoou..". (Gênesis 5:28-29).

O Pai de Noé, Lameque - que significa "Jovem Forte", estava decepcionado, fatigado com o trabalho de suas mãos - note a contradição: o Jovem Forte estava cansado: buscando o consolo para o provável enfado de seu trabalho. Então coloca Noé como peça-chave da restauração deste quadro.

A terra dos dias de Lameque estava maldita por causa da humanidade caída, e os homens tiveram que trabalhar arduamente a fim de cultivá-la e dela prover sustento. Atualmente, fomos arregimentados a trabalhar em prol de homens caidos, para que após terem nascido de novo se tornem também discipulos. Não obstante, Noé - que significa "descanso" recebeu um chamado. Construir a arca que salvaria sua familia.

Nós cristãos também podemos cair no engano de achar que em vista de uma vida de trabalho na obra e busca pela santidade, os incrédulos têm uma vida melhor que a nossa. Mas isso é um sofisma. Noé, por exemplo, viveu uma rotina de 100 anos contruindo a arca. Seus contemporâneos buscavam felicidade e contentamento através de uma rotina carnal desenfreada que Lucas, médico e seguidor de Jesus descreveu com propriedade em seu relato sobre o evangelho de Jesus (Evangelho segundo Lucas 17:27).

Este escolhido - motivado por uma profecia proferida direto da boca de Deus de que uma grande inundação viria - convocou sua família e gastou seus dias empenhado em construir algo desconhecido, sustentado unicamente por uma "planta divina", que aos poucos lhe era revelada de maneira pormenorizada.

É provavél que Noé tenha sido ridicularizado, questionado. Certamente até aparentes sábios da época devem tê-lo indagado dizendo, "Veja Noé, você é um excelente servo de Deus, mas já fazem oitenta anos que você está nesta obra. Deus disse que ia vir a tal chuva, e até agora nada. Mas você merece parar e descansar um pouco, pense em sua familia, nos sonhos deles". Mas o fato é que choveu, e aquele povo pereceu.

Não é um erro nos cansarmos em meio a rotina. Muito pelo contrário. No entanto, precisamos tratar com isso para terminarmos a obra pela qual fomos comissonados. Isaías já profetizava há milênios atrás a inefável realidade totalmente disponível a nós (Isaías 40:30-31). Esperar no Senhor é um paradoxo que precisamos viver. Porque esperar não significa nos colocar inertes e apáticos, mas darmos passos práticos. Acredito que Noé teve que fazer isso por vezes, durante os anos que gastou pra construir a arca.

UM TOQUE DIFERENTE


O tato é um sentido de nosso corpo ligado as nossas emoções. Quando abraçamos alguém, por exemplo, podemos gerar conforto. Se um homem acaricia o rosto de sua mulher gera carinho. Existe o toque que gera desejo sexual, afeto, amor ou ódio. Diferentes toques extraem diferentes sensações.

Uma mulher dos tempos bíblicos protagonizou uma cena que quero chamar de “um toque diferente”. Por doze anos, ela – que era viúva – tinha uma hemorragia extra-uterina, que além de consumir suas forças físicas e todo seu dinheiro, a tornava exclusa de sua sociedade contemporânea.

Conforto, carinho e segurança já lhe eram sentimentos desconhecidos, já que a sua enfermidade gerava a agrura de não ser tocada por ninguém. Talvez, o toque usurpador da medicina da época era o único que seu tato notava. E o dissabor do mesmo fazia sua alma já estarrecida acreditar que este era o “ato final da peça” de sua vida.

Jesus então aparece na história e como todo grande herói muda o enredo e vira o protagonista principal, mudando a categoria de drama para ação. E agora podemos ver como que em “close caption” a mulher partindo em direção a aquele que pode curar. Seu pensamento é “se eu só tocar na roupa dele tudo vai mudar”.

De repente o Homem Deus que estava cercado por uma multidão de pessoas, além de seus discípulos – e todos o tocavam – diz: “alguém me tocou diferente” em resposta a indagação de um de seus seguidores de que haviam muitas pessoas que ali o tocavam. “de mim saiu poder”, completou.

Hoje, muitos cristãos estão tocando em Jesus, tocam com ofertas, trabalhando na obra, com canções, ações sociais, entre outras atitudes que visam extrair algo daquele que presenteia os que o buscam. Quero fazer valer da introdução deste texto para afirmar que há um tipo de toque que extrai vida do Senhor.

O toque da dependência, da humildade, do desprendimento, o toque da fé. O toque que vislumbra antes da cura o curandeiro. Que o recebe como salvador e dono, note que, as palavras finais do eterno mestre para aquela mulher foram, “vai filha que tua fé te salvou”. Jesus fez o desfecho da obra destacando a salvação e não a cura.

O discípulo do amor descreve em seu evangelho que viver eternamente é conhecer a Cristo de forma íntima. O valor inestimável de ser a habitação prazerosa do altíssimo me leva a crer que quando toco o Senhor na busca de que Ele sinta-se amado, atrai para mim toda vida, toda prosperidade, todo contentamento de que preciso.

Em dias onde tocar na orla do manto santo banalizou-se a um ato mercenário, aqueles que são guiados pelo Espírito Consolador podem se aproximar mesmo em meio à multidão de dificuldades e fazer uso de um toque diferente. Tocando no Senhor como um filho que ao abraçar o Pai cativa lhe o coração, e com isso ganha qualquer coisa que queira.

Preciosas pratas da casa

Márcio, Paula e Fabíola são preciosas pratas da casa. Estão nesses dias gravando os vocais do CD Porta Aberta. Mas do que talentosos musicalmente eles servem ao Senhor com alegria e altruísmo. Seus testemunhos tem tocado a vida de outros trazendo virtudes de Cristo. Alegro-me em saber que a riqueza que existe em suas vidas poderá refletir em nosso mais recente trabalho musical, cooperando com nossa esperança de que este disco toque a igreja atraindo o poder que em Cristo está.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

TOCA-ME SENHOR




Li em um artigo certa vez, que Leonardo da Vinci passou dez anos de sua vida desenhando mãos, orelhas e outras partes do corpo visando estabelecer maior destreza nos detalhes, para só então pintar esboços completos. Este relato foi pra mim uma lição. Quando queremos fazer algo bem precisamos treinar para isso. Na música, por exemplo, precisamos treinar uma escala por vezes até que se possa produzir através dela um improviso que seja agradável aos ouvidos.

Assim também deve ser a nossa vida devocional. Precisamos nos apresentar diante de Deus constantemente e a pratica disso fará diferença. Não no imutável Deus, é claro. Mas em nós que precisamos ser transformados de “glória em glória”. Mas na caminhada cristã, tal como no esporte, por exemplo, os atletas se contundem. E comigo isso já aconteceu. As distrações do cotidiano nos passam uma rasteira e a carnalidade entra de carrinho. E quando nos apercebemos estamos distantes do Senhor.

Lembro-me de uma vez quando provei desse dissabor. Estava seco, orgulhoso, irritado. Dias se passaram e procurei meu pastor, discipulador, amigo e irmão. Confessei minha miséria e expus minha distância. Além do ombro amoroso, recebi a oração da fé que traz no pacote cura e perdão. Mas faltava algo. Precisava me colocar diante do autor da fé e desnudar meu coração. Assim fiz quando cheguei em meu apartamento. Pensei em algumas palavras, mas não encontrei nenhuma.

Antes do meu próximo pensamento, o Misericordioso entrou no quarto e me tocou. Dai por diante, apenas meu choro falava da necessidade do meu coração tê-lO de volta. Meus ouvidos se abriram e o Pai falou comigo. “Quero que você se torne como criança. Porque as crianças são inocentes, puras, dependem de seus pais, são simples e quebrantadas”. Essas palavras me impeliram a pegar o violão e a bíblia. E naqueles minutos estava convicto de que Deus queria que eu musicasse aquele momento.

As palavras que eu buscava encontrar no momento em que comecei a buscá-lO, vieram como se estivem todo tempo ali e não as escutasse. “Então vem, toca-me Senhor, traz meu coração de volta a ti e faz meu coração bater por ti”. Cantei essas frases por quase uma hora, chorando, cônscio de que uma vida sem a presença sobrenatural de Deus não é válida. Mas que um só momento como aquele era mais valioso do que mil momentos nos lugares mais fantásticos da terra. Assim nasceu "Toca-me".

Moral da música. Se estamos com nosso relacionamento com Deus "contundido", temos um “centro de reabilitação espiritual”. Temos quem nos cuide e nos ame, mesmo quando estamos caídos. Podemos voltar a comparecer de novo diante dele constantemente e seremos aceitos de tal forma que nunca mais sairemos. Então eu te aconselho a continar treinando. Vá todos os dias até a casa do oleiro, porque ele é dedicado e a boa obra que comecou concluirá.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

MINUTOS FINAIS


Desejamos estar com a taça – leia cd – em mãos antes de 15 de novembro. Portanto entramos numa grande correria. Você que nos lê já percebeu que gosto de futebol, não é mesmo? Portanto, vou lhe dizer que entramos nos dez minutos finais de jogo. A partir de agora é concentração total. Hora de tirar fôlego de onde não temos. Em alguns lances contar com jogadas geniais de nossos craques – leia músicos. Que estão suando a camisa.

Sempre atentos ao olhar técnico do professor Zé Mauro - que tem traçado estratégias campeãs – estamos gravando os “pads” de teclado – que não é tarefa fácil. Vai além da técnica, estar inspirado é preciso. Mas em meio à pressão do jogo estamos tranqüilos. Não precisamos mexer no time. Na verdade queremos pedir apenas um reforço. A ajuda da camisa 12. Então, assim como aqueles jogadores que perto do fim do jogo se dirigem a torcida pedindo que ela vibre e cante mais alto, peço a você prezado irmão e irmã que nos lê: Interceda por nós! Afinal nós somos de Cristo, com muito orgulho e com muito amor...

CONTENTAMENTO


Contentamento. Sentimento que norteia o mundo atual. De acordo com meu Larousse Ilustrado - meu favorito dicionário, diga-se de passagem - tal sensação é o estado de estar contente; alegre, satisfeito. É a pró-indicação da bula em cima do criado mudo dos depressivos. A rápida esperança dos alcoólatras, a viagem dos viciados em cocaína. Os minutos de prazer nos braços da prostituição.

Contentamento. Sentimento que norteia o coração do filho de Deus. De acordo com Tito 3:7 (versão King James) “Ele assim procedeu para que, justificados por sua graça, nos transformássemos em seus herdeiros, tendo a vida eterna”. Ato efusivo do cordeiro no calvário. Personificação da real esperança da paz, da alegria e de um futuro. A manifestação da real satisfação ilustrada na cruz.

Contentamento. Sentimento que norteia meu simples coração sujeito à corrupção. De acordo com meus últimos dez anos, após descobrir o valor descrito na canção de Davi, monarca de Israel, amigo do Deus vivo, que dizia: “Provai e vede que o Senhor é bom”. É a experiência, de após anos enxergando apenas flores cinza, pudesse ver pétalas vermelhas e amarelas.

Poesia à parte, provar de uma experiência com o “Deus Real” revela o que, de fato, se tem por contentamento. A faixa “Minha Inspiração” – do nosso cd - surgiu num momento onde meus favoritismos perdiam o sentido. Onde o prato preferido, o perfume que embevece, a paisagem estupefante, o amigo mais chegado, perdiam todo sentido, enquanto eu me encontrava e me descobria ao lado daquele a quem ama minha alma.

Ele é o Pai chegado, porém Santo. O que se fez humilde, mas de toda glória e honra é digno. Meu salvador e amigo. “O teu amor me preenche e satisfaz o meu viver” – trecho da canção - não são apenas palavras arranjadas. São os retratos da minha alma, quando tudo que está ao derredor deixa de ser para simplesmente dar lugar a aquele que é. Desejo que talvez um dia, quem sabe ouvindo nosso cd, você descubra que, o Único, é todo o contentamento que alguém precisa.

Uma inspiração

Felipe, nosso bass player é uma inspiração para mim. Não apenas por ser um discípulo de Cristo aos meus cuidados, tampouco por nossa grande amizade, ou por suas qualidades como músico. Mas pela renovação de sua mente. No passado, Felipão – como gostamos de chamá-lo – era alguém carregado de temor, mas saturado de religiosidade. Mas ao longo dos últimos anos pude notar como através de um relacionamento sincero com Deus, sua vida passou a transmitir um contentamento grato. Uma satisfação por Deus expressa no olhar. No jeito de tocar e adorar. “Continue nos inspirando filhão”.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

RECONSTRUIR


O manejo da composição é um mistério. As idéias podem surgir no trânsito, no café da manhã, no banho, entre outras situações um tanto quanto inusitadas. Uma das minhas experiências mas interessantes com composições, foi a que deu origem à canção “Ponte”.

Foi durante a celebração de um culto. Antes da palavra, Danilo, meu pastor, me falou baixinho sobre o que ele ia pregar e pediu que pensasse numa música para o final do sermão. Ao consultar o meu não muito vasto iPod cerebral, senti um frio na barriga. Não achei nada no banco de dados.

Não entendi até hoje, mas antes de ir para minha cadeira ouvir a mensagem, decidi levar junto o violão. Me dirigi então até o hall de entrada do prédio junto com Danilo, nosso tecladista. Começamos a ouvir as primeiras palavras da pregação, com uma sinergia que nunca mais senti, começamos a escrever o verso, definir a harmonia e com a mensagem chegando ao final, terminamos a música.

Ficamos ainda uns cinco minutos sussurrando a letra pra não esquecermos a melodia e não chamar a atenção. Subimos depois para a plataforma e apresentamos a palavra cantada. Para nós foi muito satisfatório, gerar em parceria com o pastor uma canção que aborda perdão e reconciliação, tão primordiais para o corpo de Cristo na terra. Quantas pessoas eu já conheci que por conta da mágoa, da falta de perdão, estão travadas, presas pelo diabo.

Esperamos que as pessoas que um dia vão ouvir essa música no cd, possam refletir na frase a seguir e serem impulsionadas a dar um passo. “Não sei se quando você olha para trás enxerga pontes caídas. Se há e você tem consciência de que um dia elas foram levantadas por Deus, vale à pena voltar e tentar reconstruir”, Danilo, pastor.

Plantando uma árvore

Há alguns anos conheci Danilo, nosso tecladista. Ele é irmão do Felipe - discípulo de Cristo, sob meus cuidados. Na ocasião sua ponte de ligação com Deus e com a alegria estava caída. Na noite em que pela primeira vez nos falamos como amigos, depois de orarmos juntos por um novo tempo de Deus na vida dele, lembro-me de lhe ter dito que iríamos fazer uma atitude profética. Plantariamos uma árvore juntos, e acompanhariamos seu crescimento comparando com o crescimento da nossa amizade e de seu relacionamento com Deus. O fato é que, naturalmente não plantamos aquela árvore. Mas plantamos uma amizade que cresceu e tem dado muitos frutos de alegria para nós. E vejo que as raízes do Danilo em Deus hoje são profundas e tem alcançado as águas da vida eterna. Suas conquistas apenas começaram, os melhores frutos ainda virão.